segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Depois de um ano... 29.




Hoje eu te desejo o novo, que mude todos os seus costumes.
Acorde mais cedo, e leve uma hora a mais pra se arrumar
E se arrume pro espelho
Coma chocolate, e não fume nenhum cigarro
Deixe pra trás o que não te agrada, e olhe só para frente
Goste mais de você. E veja os problemas de antes como indiferentes pra vc agora.
Sorria por nada. Acredite que vai emagrecer o tanto que quer. E vai receber enfim
o dinheiro que te devem, quando você menos esperava.
Se inspire. Escreva o que vier à mente. Faça uma tatuagem nova. Mude o cabelo, nem que seja um corte de um centímetro.
Ligue pros seus pais pra dizer que os ama. Faça isso umas 3 vezes, até eles perguntarem o que está acontecendo, e perguntem o que você quer, e tenha o prazer de dizer "nada, além de dizer isso".
Não leia frases motivadoras.
Seja você mesmo, melhorado.
Não se importe mais com as pessoas que você está cansado de saber que falam de você, reclama, criticam, te acham chato, enfim, quem vc incomoda de alguma maneira. Lembre-se de quem é vc, e só vc sabe isso tão bem. Quem tem que saber disso tbm, seus amigos de verdade, família, já sabem.
Algumas pessoas queriam estar onde vc está, não te entendem ou não gostam mesmo de vc. Todas as opções são de igual teor pra vc só ter mais firmeza de que o contole do seu mundo está só em suas mãos, então guie-se para longe delas.
Não fale mal de ninguém, senão se tornará pior que o mal falado.
Mande um oi pros amigos antigos que não fala faz tempo, eles nos fazem lembrar de nós mesmos, quando nos esquecemos disso.
Aprenda algo novo, e busque realizar um velho sonho adormecido.
E durma do lado contrário da cama, invertido do de costume.
E o principal, cada vez que tiver vontade de reclamar de algo, coma mais chocolate. Antes de ficar gordo, vai aprender a reclamar menos.

Enfim, feliz por achar o que tinha perdido.

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Daqui uma hora eu completo 29 anos. Parei um pouco pra refletir sobre o último ano e lembrei de todos em segundos. Eu tinha 7 quando pedi pra minha mãe uma bateria, e ela me deu um teclado. Então nunca aprendi a tocar nem um, nem outro direito.
Desisti e resolvi aprender a cantar. Honestamente acho que nunca aprendi direito, então estudo até hoje.
Eu quisser muitas coisas, entrar pra marinha, bióloga, radialista, e acabei mesmo sendo algumas coisas das que quis. Também não fui muita coisa que gostaria, umas não faziam sentido, eram coisas de adolescente, outros sonhos nasceram na infância e me perseguem ainda hoje.
Minha mãe me dizia quando eu tinha 12 anos que eu deveria ser um das madres de Caucutá... rs porque eu queria parar pra ajudar todo mundo que via na rua, todo mendigo, alguém chorando, criança com fome. Hoje eu entendo como era foda pra ela me convencer que não é possível ajudar todo mundo. Eu me tornei individualista, mas ainda assim não menos autroísta.
E avaliando todos esses anos, percebo que isso nunca mudou. Mudaram-se os gostos. Não adianta dizer que nunca faríamos algumas coisas. Sei que tem coisa que nunca faríamos, mas tem coisas que nunca imaginávamos fazendo, que um dia se torna natural.
Eu achava que com 29 anos eu estaria numa vida completamente diferente. Que já teria largado a música, que teria enriquecido com a minha profissão de jornalista, e estaria viajando o mundo. E de repente, eu parei no meio do caminho.
Porque eu nunca consegui ficar muito tempo em um lugar, essa síndrome de "quero ir embora" sempre fez parte do meu âmago. Quando eu era bem mais nova, uma das minhas atividades preferidas era fazer as malas. Quando íamos viajar, eu fazia as malas como se nunca mais fosse volta pra casa. Sempre voltei com aquela sensação de "quando será que vou viajar de novo?" Muitas síndromes, síndrome do viajando, do "eu não sou daqui" e do "quero salvar o mundo".
A gente acha que sabe tudo porque completa 20 anos. E bate de frete com todos os que tentam nos convencer do contrário. E o engraçado é hoje ser o personagem oposto.
Tudo bem que sempre fui mais além, sempre me vi à frente do meu tempo, e com o passar do tempo, quis parar de envelhecer. Chega de tentar chegar lá na frente logo, então sempre vivi cada momento bem definida no presente. Sempre fui um pouco arredia, um pouco excêntrica, mas sempre centrada, sempre pensando no correto. Às vezes correta até demais. Nunca gostei de extremos, sempre sofri com o sofrimento alheio. Choro quando vejo na TV algum desastre ecológico absurdo, sempre amei mais os bichos do que gente.
Principalmente os cachorros. Tenho cachorro desde que me entendo por gente, graças à minha mãe. E quando saí de casa, quis ter só o meu. Como um bom ser individualista, descobri que viver com um animal nunca é ruim. Conviver com pessoas, por mais que as ame, pode ser muito bom, e pode ser um pouco ruim.
Aprendi nesse tempo que não devemos acreditar em tudo o que a gente escuta, as pessoas realmente mentem, sem nenhum motivo aparente pra gente. Intrigas não existem só em novelas, e a vida também pode ser exatamente como a gente quiser. E programar tudo é tão chato...
Mas pode-se fazer escolhas. E eu escolhi viver, e viver bem.
Mesmo que tenha me faltado algo, hoje tenho tudo o que gostaria de ter, e sei que terei mais.
Sou feliz com os meus, e indiferente com os que não estão pra mim. Cada um na sua, não sou unanimidade. Como dizia Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Salve os que pensam!
Essa é apenas parte das reflexões de véspera de aniversário. Veremos como vai ser o resto do dia, pq não tenho mais tempo pra escrever, em algum momento preciso dormir.
Que venham os 29!

Um comentário:

peuphotos disse...

Nossa vc escreve muito bem!! Bjus Mel
Peu