Seria interessante se eu contasse toda a verdade sem pudores, porque pudor rege as pessoas, e qualquer desprendimento é interessante. O que há de bizarro nas pessoas é interessante. E a exposição de pensamentos íntimos e constrangedores tornam as pessoas ainda mais interessantes. Porém existem medidas. Se expor demais torna as pessoas, em um momento, desinteressantes. Ninguém quer saber, pois acabam os desafios. Então se eu revelar o que acho de cada pessoa, seja do meu convívio, seja público, se de fato isso interessasse pra alguém, eu seria ou extremamente interessante, ou passaria a ser uma interessada.
Não, eu não quero me interessar. Não quero saber, e tão pouco que saibam de mim mais do que equivocadamente pensam saber. Sou muita informação. Muitas interrogações pra sua cabeça.
Sou quem no fundo interessa ser, quem você quiser que eu seja. Sei quase todas palavras, ainda assim temo em verbalizar o que penso. E quando vem a dúvida, penso num palavrão. É hora de parar, não importa quem estiver olhando. Porque às vezes falo muito, e penso pouco. Mas meu silêncio é pura reflexão. Como dizia Nelson Rodrigues, se pudéssemos ler pensamentos, ninguém falaria com ninguém. Obviamente não porque não precisasse, mas porque o ser humano é sujo e imoral. Uns mais interessantes que os outros.
Uns lêem livros de auto ajuda, outros lêem Hilda Hist. Uns rezam pra se afastar do pecado, outros rezam pra chegar o momento de cometê-los, e ainda se arrumam pra isso.
Ode aos hipócritas que não agem como pensam. Meus reconhecimentos a quem se preserva às tentações. E não me interessa o que muitos pensam, pois MUITOS fazem uma massa, e não uma diferença. Quem é interessante sim, faz a diferença. Não busca, traz pra si.
Pra quem está lendo, muito prazer. Em tudo o que fizer, realize-se. Indiferente do que eu disser, siga em frente, seja melhor em tudo, porque eu sou. Não interessa? Ah, interessa sim. Quando for deitar e rever o dia, vai rir sozinho e se lembrar de mim. Dessas palavras sem nexo pairando no ar do vácuo dos seus pensamentos vazios, onde criará seus próprios pensamentos surreais como sonhos, onde se torna quem nunca és nos seus dias. A pessoa interessante que não sabemos ser.